Tudo certo. Cheguei ao Mineirão e minutos depois já estava assistindo à final da “Taça BH de Futebol Júnior”: Atlético x Internacional. Cheguei praticamente no intervalo, a tempo de não ver o único gol da partida que deu a vitória ao Galinho. Acabada a partida dos juniores, um pequeno intervalo e teve início a partida entre Atlético Mineiro e Coritiba. Aos 18 anos, 2 meses e 19 dias eu assistia pela primeira vez a um jogo do meu time do coração. Mal sabia como me portar. Devia ficar sentado ou em pé? Não levei muito tempo pra me acostumar com aquela coreografia da torcida que mais parecia aquele jogo “morto-vivo” que eu costumava brincar quando era pequeno. O Atlético pegava a bola e se passasse do meio do campo a torcida já levantava. Se a posse fosse do Coritiba, sentávamos. Assim foram os primeiros 10 minutos da partida até que o Galo fez o primeiro gol. Foi o máximo! Alegria geral, todo mundo comemorando e nem tivemos tempo pra sentar já que menos de três minutos depois fizemos o segundo gol. A Galoucura tocando, o estádio todo cantando. Era uma festa. Tudo indicava que o dia era nosso.
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O segundo tempo começou e o Atlético pressionou. Perdeu chances de Gol que até minha avó de tamanco não desperdiçaria. O nervosismo era grande. Unha? Nem tinha mais. E minha mãe sempre diz uma coisa que é certa: “Time que não faz, leva!”. E foi isso: o Atlético tanto perdeu oportunidades que o Coritiba chegou ao empate. Eu não fazia idéia de quantos minutos restavam, mas acreditava que não eram mais que cinco. E era exatamente isso: 40 minutos do segundo tempo e o jogo empatado. Como o Atlético tinha ficado mais da metade do primeiro tempo e o segundo sem marcar, eu achava que era impossível sair um gol àquela altura. Até que, aos 43 a gente marcou. Se o gol foi bonito eu nem sei. Não tava olhando pro campo nessa hora. Sei que esse eu comemorei mais que todos os outros. Minutos finais, o juiz insistia em prorrogar o jogo e era aquela tensão. O Galinho tinha sido campeão, o Galo ganhava e o Cruzeiro era goleado por 4x1 pelo Grêmio. A felicidade seria completa se o juiz fizesse a caridade de encerrar a partida. Aqueles 3 minutos que separaram o último gol do galo do fim da partida foram intermináveis até que finalmente o juiz ergueu o braço.